Minhas canções
17 Canções
1 - Pouca consoante
Eu sou só seu
Sim, eu sou só seu
Eu só sei ser assim
Mas eu sou só seu
Sim, eu sou só seu
Eu só sei ser assim
Sim, só sei ser seu
Só sei ser seu
Só seu, sou sim
Sou...
Sim, só sei ser seu
Só sei ser seu
Só seu, sou sim
Sou...
Sim, só sei ser seu
Sem isso eu sou só
Um só...
2 - Não passo sem você
Só passei pra dizer
Que não passo bem
Que não passo sem
Você
Sem você
Eu já não durmo
Eu não relaxo
Eu perco o rumo
E não me acho
Eu pego e sumo
Eu tô pra baixo
Eu passei a entender
Que não posso nem
Que não posso sem
Você
Sem você
Eu bebo, eu fumo
Eu não relaxo
Eu perco o prumo
E não me acho
Eu não me arrumo
Eu tô pra baixo
Só sei que agora não tem mais graça
Eu brigo com a hora e o tempo não passa
Você foi embora e não há o que faça
Eu esquecer de você
E aquele prazer, onde foi, cadê?
Vem me dizer o porquê
Desse fracasso
Eu não passo
Sem você
Êêêê...
3 - Tá louco!
Saiba que eu de nada sei
Além de mim e ainda assim
Bem pouco
Já faz tempo eu desisti
De ir a fundo
E explicar o mundo
Tá louco!
Tá louco!
Mas lá fora toda aquela gente
Que não pensa assim chega e diz pra mim
Queremos tudo
Eles não conseguem entender
Essa minha atitude
Sugerem que eu mude
E eu não mudo
Eu não mudo!
Saiba que eu nada vou fazer
Está bom pra mim, aceito a vida assim
Assim aos poucos
Já faz tempo eu percebi
Que lá no fundo
Quase todo mundo
Tá louco!
Tá louco!
Mas também eu posso estar maluco
Pode ser que sim, já disse que de mim
Não sei tudo
Eu não tenho lá muitas certezas
E até que isso mude
Não tomo atitude
Fico mudo
Fico mudo!
4 - A casa é sua
Se você quiser dormir aqui
Nem precisa pedir
Você sabe a casa é sua
Quando estiver na rua
Você pode bater à minha porta
Mesmo a horas mortas
Qualquer momento enfim
A qualquer momento enfim
A qualquer momento enfim
A qualquer momento enfim
A qualquer momento enfim
E se você já está mesmo a caminho
Vou abrir um bom vinho
Servir a tua taça
E ficar rindo de graça
Porque essa alegria imensa
Só a tua presença
É que desperta em mim
É que desperta em mim
É que desperta em mim
É que desperta em mim
5 – Não!
Não, não diga que me ama
Me poupe desse drama
Que eu já conheço bem
Não, não vamos ir além
Hoje eu me decidi
Nossa história acaba aqui
Já é página virada
Isso não vai dar em nada
Oh, ex-amor, eu estou indo embora
Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora
Não, não vale mais a pena
Insistir e fazer cena
Isso nunca funcionou
Não, é o fim do nosso show
É cada um pra um lado
Nós dois já é passado
Aceite numa boa
E procure outra pessoa
Oh, ex-amor, eu estou indo embora
Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora
Não, não posso, eu não aguento
Acabou o sentimento
E então ficou o quê?
Não, é melhor nem saber
No que virou o romance
Depois de tanta chance
Depois de tanta espera
E o que houve já era
Oh, ex-amor, eu estou indo embora
Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora
Não, não vai ter outra vez
E em bom português
Para você entender
Não, não foi um prazer
Esperar uma mudança
E mudar a esperança
Enquanto tantos planos
Morriam com os anos
Oh, ex-amor, eu estou indo embora
Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora
E obrigado por me endurecer um pouco mais
E obrigado por me ensinar o que deixar pra trás
Eu aprendi com os seus erros e com os meus
Desaprendi a dizer “te amo” e aprendi “adeus”
6 - Portoalegrando
O Guaíba à tarde engole o sol
Um rastro de luz se estende e conduz
O meu olhar ao fim do dia
Nunca me canso de andar nas ruas
Nem sempre belas, porém todas elas
Porto Alegre, são poesia
Os pombos lá no largo do Mercado
Numa tarde fria
Me entristecem
Mas se alçam voo para todo o lado
E Alegram as crianças
Então me alegram
Ah, ahhhh... Alegre Porto
Ou nem tanto, nem tanto...
Não importa, eu te amo
Aos risos e aos prantos
Não importa, eu te amo...
Tomar um mate lá na Redenção
É assim, tão bom, Bom Fim
Fim de semana com os amigos
Feira do Livro, flor de primavera
Ipês floridos, tanto pra ser lido
Vem que eu quero ir contigo
E às vezes um pequeno verso à toa
Do velho Quintana
Me entristece
Mas sei que é uma tristeza boa
Palavras que amanhã numa canção
Me alegrarão
Ah, ahhhh... Alegre Porto
Ou nem tanto, nem tanto...
Não importa, eu te amo
Aos risos e aos prantos
Não importa, aqui em Porto... Alegre.
7 - Ruiva
Ruiva, onde essas pernas vão te levar?
Ruiva, por favor, não mande um postal quando chegar lá
Ruiva, onde foi parar a minha razão?
Ruiva, por favor, esteja de volta no primeiro avião
Ruiva, tu alças voos altos, altos, altos
E então não pode saber
Ruiva, que eu aqui embaixo, baixo, baixo-astral
Não quero ler
Os postais desses locais pra onde tu vais, não quero mais
Os postais desses locais pra onde tu vais, não quero mais
Receber
(atention, passengers to Porto Alegre...)
Berlim, Hong-Kong, Buenos Aires, Moscou...
E eu aqui sozinho, sempre no mesmo caminho
Onde você nunca mais passou
Havana, Cairo, Abu-Dabi, Paris...
E eu aqui esperando, lembro vez em quando
Um tempo em que eu era feliz
Ruiva, ruiva, ruiva...
Ruiva, volta pra casa
Ruiva, volta pra cá (3x)
Ruiva...
8 - Histrião na corda-bamba
Meu nome se perde em frases de efeito
Como um samba-de-breque ele fica na promessa
Tudo o que sai de mim
Gagueja-se
Ga-ga-ga-ga-ga-gagueja sem parar
Me repeti mil vezes até perder o sentido
E agora meu nome é caso de estudo
Semântico, modal
Gramático
Gra-gra-gra-gra-graceja sem parar
Alguém gritou pra mim: pare com esta bagunça!
Era um bom senhor, acho que não tinha nome
Peguei meu guarda-chuva e mandei uma tromba d'água
Depois fiquei parado, pingando sem parar
O que mais esperar
De um histrião na corda-bamba?
Meu nome se esconde em pinturas de caverna
Como um borrão de tinta ele conta uma história
Tudo o que sai de mim
Traceja-se
Tra-tra-tra-tra-traceja sem parar
Me refleti mil vezes até quebrar o espelho
E agora meu nome passeia requebrado
Claudica, manquitola
Trôpego
Tro-tro-tro-tro-tropeça sem parar
Alguém gritou pra mim: pare com essa baderna!
Era um bom senhor, acho que não tinha fome
Peguei o meu cachimbo e mandei língua de fogo
Depois fiquei parado, pitando sem parar
O que mais esperar
De um histrião na corda-bamba?
Meu nome se perde em frases sem sentido
Me repeti mil vezes até perder o efeito
Tudo o que sai de mim
É o que me der na louca
Na louca, la, la, la, la, la...
9 - Morena
Morena, olha que isso não se faz
Saiba que eu já não aguento mais
Eu tô pensando em me atirar do cais
Morena tu tá sendo muito dura
Eu tô à beira da loucura
Por favor, volta atrás!
Morena, tá me dando um mal-estar
Aqui tá tudo fora do lugar
Me diz onde é que isso vai parar
Morena sei que dei uma bola fora
Vou mudar a partir de agora
Por favor, volta pro lar
Morena, se tu voltar, juro que eu vou mudar
Já mudei
E a nossa vida vai melhorar
Eu sei
Morena, eu e o gato estamos sós
A gente só queria ouvir tua voz
Caramba, que saudade mais atroz
Morena, aquela casa é só tristeza
Vou deixar a luz acesa
Por favor, volta pra nós
Morena, eu tive até pedra no rim
Juro, nunca vi uma dor assim
Achei que dessa vez era o meu fim
Morena, eu fiquei desesperado
Sem ninguém lá do meu lado
Por favor, volta pra mim
Morena, se tu voltar, juro que eu vou mudar
Já mudei
E a nossa vida vai melhorar
Eu sei
Achei que dessa vez era o meu fim
Caramba, que saudade mais atroz
Me diz onde é que isso vai parar
Eu tô pensando em me atirar do cais
Saiba que eu já não aguento mais
Aqui tá tudo fora do lugar
A gente só queria ouvir tua voz
Juro nunca vi uma dor assim
Morena, eu tive até pedra no rim
Morena, eu e o gato estamos sós
Morena, tá me dando um mal estar
Morena, olha que isso não se faz
Morena, por favor, volta atrás
Morena, por favor, volta pro lar
Morena, por favor, volta pra nós
Morena, por favor, volta pra mim
10 - Dona das Dores
Dona das Dores nasceu Maria
Mas foi das Dores até morrer
Dona das Dores de todo dia
Tanta espera, tanto sofrer
Dona das Dores casou bem cedo
Saiu da roça com muitos planos
Mulher de fibra não tinha medo
Esperava um filho pro fim do ano
Mas a das Dores não esperava
Ficar viúva tão de repente
Aquele homem que ela amava
Morreu na obra, num acidente
Dona das Dores sofre deveras
E todo dia só faz chorar
Mas a criança que ela gera
Aos poucos cura o seu pesar
Dona das Dores então espera
E não se deixa desesperar
Dona das Dores trabalhadeira
Nada faltava pro seu rapaz
Pagou estudos, sonhou carreira
Esperava aumento pra sonhar mais
Mas a das Dores não esperava
O congelamento da sua poupança
Naquela conta depositava
Além dos trocos, uma esperança
Dona das Dores que persevera
Trabalha em dobro pra compensar
E se permitem ser bem sincera
Ela nem gosta de descansar
Dona das Dores então espera
E não se deixa desesperar
Dona das Dores quanto alvoroço
Estava mesmo lá nas alturas
Tão orgulhosa junto ao seu moço
Esperava o dia da formatura
Mas a das Dores não esperava
Naquela noite perder seu filho
Como é que pode uma vida escrava
Não ter mais força do que um gatilho?
Dona das Dores, ah quem lhe dera!
Tivesse jeito de superar
Uma tristeza que dilacera
Um desconsolo que não tem par
Dona das Dores não mais espera
Ela se deixa desesperar
-------
Dona das Dores do seu destino
Peito apertado, alma sofrida
Perdeu seu homem e o seu menino
O que mais pode perder na vida?
Dona das Dores nasceu Maria
E foi das Dores sem reclamar
Mas ela nunca esperou que um dia
Já não teria o que esperar.
11 - Gaúcho Ideal
Sou hoje um velho gaúcho
Que vai diminuindo o passo
Que traz na garupa o cansaço
Dos longos anos de andança
Já não tenho a mesma confiança
Nesse braço que impunha respeito
Que amansou muito mau sujeito
Sempre andou em cintura de china
Redomão segurou pelas crinas
E na lida adiantava um eito
Redomão segurou pelas crinas
E na lida adiantava um eito
Perdi as rédeas do tempo
Que partiu num galope apressado
E já não sei quanto povoado
Vi aos poucos se encher de tapera
Ah, ainda lembro como era
Apear na estância, dormir no galpão
Contar causos num fogo de chão
Enquanto a carne pingava na brasa
Enquanto a velha chaleira chiava
E o mate amargo trocava de mão
Enquanto a velha chaleira chiava
E o mate amargo trocava de mão
E teve um dia numa invernada
Encontrei uns moços lá da cidade
Que me disseram a troco de nada
"O senhor é um mito,
O senhor é um mito de liberdade"
Também disseram que hoje em dia
Sou festejado na tradição
Um personagem de poesia
Que bem se presta
Que bem se presta pra uma canção
Gaúcho a cavalo, gaúcho nobre,
O bom gaúcho, gaúcho ideal (3x)
Esse mundo que trago
Vou perder nos pagos
No meu galope final (3x)
12 - O Homem do Livro
Enquanto o mundo gira
Pessoas e suas regras
Aqui e acolá
Enquanto o dia expira
E pessoas correm cegas
Pra lá e pra cá
Um homem está
Sob o luar
Um homem está
Sob um céu vivo
Um homem está
Noutro lugar
Um homem está
Dentro de um livro
E sem dar por si
O homem do livro sorri
E sorri, e sorri, e sorri...
O mundo segue
E pessoas correm cegas
O dia corre
E pessoas seguem regras
(Espia quem pira e expia
na espiral que expira)
Mas um homem está
Sob o luar
Um homem está
Sob um céu vivo
Um homem está
Noutro lugar
Um homem está
Dentro de um livro
E sem dar por si
O homem do livro sorri
E sorri, e sorri, e sorri...
E ainda está sorrindo
Quando fecha o seu livro
De poesia
E ainda está sorrindo
Quando nasce o grande sol
De um novo dia
13 - Ai, que bom!
Acordar bem cedo todo dia
E ir para o trabalho
Não é o que eu queria
Não é isso que eu valho
Cadê minha alegria?
Troquei por um salário
Eeeeeeuuuuuu
Peguei e troquei por um salário
(mas que otário!)
Estudar pra ser alguém na vida
E ter um bom emprego
Que lógica sofrida!
Que presente de grego!
Mentiram na partida
Eu corro e nunca chego
Eeeeeeuuuuuuu
Eu corro, corro e nunca chego
(trabalha, nego!)
E ainda outro dia eles vieram me dizer:
Que feliz que é você
Que trabalha todo dia
O trabalho é uma alegria
O trabalho enobrece
Então vê se não se esquece
Ignora essa tristeza
Só tem boia na mesa
Quem vive pro trabalho
Ai, que bom ter um salário
Ai, que bom ter um salário
Ai, que bom ter um salário
Ai, que bom ter um salário
Que bom enriquecer o meu patrão (ai, que bom!)
Viver destas migalhas que me dão (ai, que bom!)
Essa nova forma de escravidão (ai, que bom!)
Se lá em casa tem televisão (ai, que bom!)
No
fim do mês pagar a prestação (ai, que bom!)
Ir a igreja pra buscar a salvação (ai, que bom!)
E nunca, nunca, nunca dizer não
Ai, ai, ai... ai, ai, que bom!
14 - Tão longe, tão perto!
Ele um dia abriu a porta e saiu
Ia até a esquina comprar alguma coisa
Mas naquela tarde uma vontade de andar
Foi caminhando meio sem rumo
E chegou a noite e ele olhou pra trás
Viu sua cidade ao longe se apagar
Mas já era tarde, muito tarde, e ele não
Ele não quis mais voltar
E nem se perguntou
De onde aquelas asas
Que o fizeram ir
Pra tão longe de casa
Ela um dia olhou uma foto e sorriu
Depois de muito tempo sentia alguma coisa
No outro lado do mundo, outro lado do mar
Foi então que saiu do trabalho
Juntou suas coisas e abraçou alguns amigos
Carinho por aquela gente e aquele lugar
Mas já era tarde, muito tarde, e ela não
Ela não quis mais ficar
E nem se perguntou
De onde aquelas asas
Que a fizeram ir
Mais uma vez pra casa
O mundo pode ser seu
Sua casa em qualquer lugar
Mas se ainda não esqueceu
Depois de tantos giros que deu
Então é hora de voltar
Porque o seu lar
É onde o coração está
15 - Sobrenome Estrabulega
Oi, como vai? Prazer!
Permita que eu me apresente
Sou aquele que sempre quis ser
Sou eu mesmo, sou diferente
Eu sou o tipo que não sossega
Que tropeça, corre, escorrega
Sou o maluco que é e não nega
Mesmo porque o olhar já entrega
Sou aquele que foge à regra
Mas que não foge duma refrega
Eu sou a lâmpada que o gênio esfrega
Oi, como vai? Prazer!
O meu nome é Pra Valer
O sobrenome é Estrabulega
Oi, como vai? Tudo bem?
Permita que eu me explique
Vim aqui para ir além
Eu vim pra que nada fique
Vim pra passar a régua
E pra dizer: acabou a trégua
Vim fazer festa nesta bodega
Deixar o povo invadir a adega
Vim brigar com essa fé cega
E mostrar que é falso aquele que prega
Eu vim, vê se me enxerga
Oi, como vai? Tudo bem?
O meu nome é Esse que Vem
O sobrenome é Estrabulega
Oi, como vai? Encantado!
Permita que eu dê um aviso
Eu vou para o outro lado
Eu vou porque é preciso
Vou acertar na mosca, acertar na Mega
E lavar a alma, lavar a égua
Vou compor um rock, talvez um brega
Rir de mim mesmo por ser piegas
Vou dar uma banda na Noruega
Ou quebrar a banca lá em Las Vegas
Eu vou, eu vou e ninguém me pega
Oi, como vai? Encantado!
O meu nome é Bem Pensado
16 – Todo o tempo do mundo
Um dia depois do outro e enfim
Não vai doer tanto assim
Aceitar que ela se foi
Que ela não está
E que nossa casa já foi
Um dia, um lar
Agora é apenas lembrança
Já nem abriga a esperança
De vê-la em breve voltar
De uma longa viagem
Trazendo além da bagagem
Uma alegria no olhar
Pois no outro lado do mundo
Ela pensava em mim
Ela contava os segundos
Para retornar (3x)
Um dia, uma semana, um mês
Um ano ou dois talvez
Vou conseguir esquecer
Vou tentar ir adiante
Porque se não esquecer
Aquela vida de antes
A cada nova lembrança
Vai ressurgir a esperança
De vê-la em breve chegar
Dizendo “eu não fui embora,
Amor, desculpe a demora
Amor, eu vim pra ficar
E viver cada segundo
Mesmo que a gente disponha
De todo o tempo do mundo
Pra recomeçar” (3x)
17 – Como o ditado diz
Como eu queria
Ter você
Bem pertinho de mim
É tão triste quando a gente
Vive assim
Solidão sem fim
Solidão
Eu tentei, eu fiz de tudo
O que dava pra fazer
Todo dia eu queria
Ser melhor só pra você
Jogada errada, rapaz!
A sua amiga
Tem seus planos também
Ela quer ganhar o mundo
E não precisa de você
E não precisa de ninguém
Então vá!
E seja feliz!
Eu fico com esta saudade
É como o ditado diz:
Quem ama, não prende
Quem ama, deixa em liberdade
Deixa em liberdade
Mas eu tentei, eu fiz de tudo
O que dava pra fazer
E todo dia eu queria
Ser melhor só pra você, ê, ê, ê...
E você foi
E foi feliz
E eu com esta saudade
A droga do ditado diz:
Quem ama, não prende
Quem ama, deixa em liberdade
Deixa em liberdade
18 – E olhe lá!
Você que não sabe o que tem de fazer
Você que não sabe pra que lado correr
Você, você
Você que não sabe qual é a jogada
Você que não sabe a resposta de nada
Você, você
Que não sabe o porquê
Girando em vão
Procurando razão
Te liga, irmão
Só o que salva é o tesão
E olhe lá
Lá, lá, lá
Lá, lá, lá... (2x)
E olhe lá
Quem vem vindo
É o amor da sua vida
Agora tudo é tão lindo
Vale a pena ainda
Continuar sem a resposta
Insistir mais um pouco no drama
Sempre ao lado de quem se gosta
Sempre junto de quem se ama
Sempre junto de quem se ama (2x)
Você acha que sabe o que tem de fazer
Você acha que sabe pra que lado correr
Você, você
Você acha que sabe qual é a jogada
Você acha que sabe, mas não sabe de nada
Você, você
Que não sabe o porquê
Girando perdido
Procurando sentido
Te liga, querido
O que salva é a libido
E olhe lá!
Lá, lá, lá
Lá, lá, lá...(2x)
E olhe lá
Quem vem vindo
É o peso dos anos
É o castelo ruindo
São mais perdas e danos
Continuar sem a resposta
Insistir mais um pouco no drama
Outro dia, outra aposta
Segue a saga eterna e humana
Segue a saga eterna e humana (2x)
19 - Mudanças
Eu tô aqui
No nosso apê
Tá me dando um mal estar
Eu desligo a TV
Eu não consigo desligar
Se você se foi
E não vai mais voltar
Será que já tem
Um outro alguém
Aí, no meu lugar?
Eu tô aqui
No nosso bar
Tá me dando uma deprê
Tá na hora de parar
Eu tô bebendo pra esquecer
Que você se foi
E não quer mais me ver
Será que alguém
Agora tem
O que eu não posso ter?
Eu não sabia
Que era o fim
E que doía
Viver assim
Você foi embora
Nem disse “adeus”
E acho que agora
Quem vai sou eu
Eu vou mudar
Eu vou procurar
Um novo apê
Pois tudo aqui dentro
Faz lembrar de você
20 – Trem de Todos
Já faz muito tempo que eu subi neste trem
Mas pra onde ele me leva até hoje não sei
Só sei que não dá pra voltar ao ponto de partida
Todo mundo aqui só ganhou o bilhete de ida
Tanto céu, tanta paisagem
Tanto chão nesta viagem
O grande trem nunca para de rodar
Embarco sempre no vagão
Mas numa ou outra estação
Às vezes dá uma vontade de ficar
Vida, trem desgovernado e lindo
Me dá um adeus, eu já vou indo
Embora não saiba o destino eu sigo em frente
Meu mundo desliza em trilhos, milhões de dormentes
Não pergunto se está longe ou perto o meu fim da linha
Em alguma parada deixei esse medo que eu tinha
Tanto céu, tanta paisagem
Tanto chão nesta viagem
O grande trem nunca para de rodar
Alguém me acena da estação
Eu tomo assento no vagão
Um apito que me faz continuar
Vida, coisa complicada e bela
Me dá um adeus, eu vou com ela
Passei por Tristeza e Dor, fui até Soledad
Cidades que a gente queria nunca ter de passar
Mas por Alegria, Amores e Sonhos também
Já vai longe o dia em que eu subi neste trem
Tanto céu, tanta paisagem
Tanto chão nesta viagem
O grande trem nunca para de rodar
Estou de novo num vagão
Rumo à próxima estação
E o meu destino, o meu destino é viajar
Vida, pra onde vai, eu me pergunto
Me dá um adeus ou vamos juntos
21 – Para
o Pará (e sem parar)
Enquanto eu não chegar em Belém do Pará
Meu bem não vou parar.
Em São Paulo, nem vem não vou parar
Rio de Janeiro, também não vou parar
Em Salvador, não me convém parar
E no Recife, por bem não vou parar
Para nada nem ninguém eu vou parar
Pode parar de perguntar
Eu já disse e repito
Fica tudo mais bonito
Onde o meu amor está
E só quando eu chegar lá
Nesse lugar bendito
Vou deixar de estar aflito
Só então eu vou parar
Só em Belém do Pará
‘Bora logo e sem parar
Pro belo Belém do Pará
Na internet conheci uma guria lá de cima
Do tipo que a distância desanima
Mas um dia ela me disse: vou aí lhe visitar
Pois venha, eu respondi, venha já
Porque eu desse torrão nunca vou arredar pé
Então venha e fique o tempo que quiser
Não deu uma semana e chegou a tal guria
Meu deus! Era tudo o que eu queria
Custei a acreditar no tamanho da minha sorte
Um sulista que agora tinha um norte
Mais tarde num barzinho lá na Cidade Baixa
Perguntei: e nós dois... o que tu acha?
Respondeu com um beijo daqueles de cinema
Parecia tudo certo, mas que pena!
Era um inverno de congelar a alma
E por isso ela me disse muito calma:
Olha, gauchinho... gostei muito de você
Mas com esse frio não dá pra ser
Amanhã eu vou voltar, amanhã vou dar o fora
Se quiser ficar comigo, então vambora...
Cumprindo a sua promessa no outro dia ela partiu
E eu juro que ficou ainda mais frio
Mas no fim daquele mês depois de muito sofrer
Eu já tinha decidido o que fazer
Enquanto eu não chegar em Belém do Pará
Meu bem não vou parar.
Em São Paulo, nem vem não vou parar
Rio de Janeiro, também não vou parar
Em Salvador, não me convém parar
E no Recife, por bem não vou parar
Para nada nem ninguém eu vou parar
Pode parar de perguntar
Eu já disse e repito
Fica tudo mais bonito
Onde o meu amor está
E só quando eu chegar lá
Nesse lugar bendito
Vou deixar de estar aflito
Só então eu vou parar
Só em Belém do Pará
‘Bora logo e sem parar
Pro belo Belém do Pará
Bora, bora, bora já
Bora, bora, bora lá
Lá, lá, lá, lááááá...
22 –
Pedro Rocha
Pic, pic, pic...
Vida dura, hein, Pedro?
Já sabe
qual é o teu futuro?
Vou cantar essa pedra pra ti...(falado)
Pedro Rocha, racha pedra
Racha pedra, racha pedra
Racha pedra na pedreira
E a vida racha Pedro
Racha Pedro, racha Pedro
Racha Pedro à sua maneira
Racha, racha, racha
O filho de Pedro na pedra
A esposa com pedra no rim
No sapato de Pedro outra pedra
De onde sai tanta pedra assim?
Racha, racha, racha
No meio do caminho uma pedra
E depois outras tantas iguais
Sempre o começo de um novo tropeço
Uma vida com pedras demais
Racha, racha, racha
Sísifo Pedro, levanta bem cedo
Rola sua pedra sempre no horário
Empurra, empurra essa vida tão burra
Pedro, o estercorário
Vida de pedra, via de regra, vida de merda
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